Unidade de Valorização de Resíduos São Judas Tadeu, da EGTR, receberá resíduos pós-enchentes em Gravataí/RS
- 30/05/2024
- Notícias, Resíduos da Construção Civil
No dia 21 de maio, a EGTR assinou o Contrato Emergencial N° 003/2024 com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) para a prestação de serviços de destinação final de resíduos sólidos de origem da limpeza pós-enchentes, provenientes do Município de Porto Alegre/RS, gerados no desastre natural ocorrido no Estado do RS durante o mês de maio de 2024.
Esses resíduos serão destinados à Unidade de Valorização de Resíduos da Construção Civil São Judas Tadeu Ltda., subsidiária da EGTR, localizada em Gravataí. O contrato, no valor de R$ 19,710 milhões, tem um prazo de seis meses.
Fundamentado na Instrução Normativa SEMA-FEPAM Nº 03/2024, a Unidade de Valorização de Resíduos da Construção Civil São Judas Tadeu Ltda. obteve a Autorização Ambiental Nº 118/2024, com o objeto de ‘RECEBIMENTO EMERGENCIAL DE RESÍDUOS GERADOS PELO DESASTRE AMBIENTAL NO RIO GRANDE DO SUL EM ABRIL e de MAIO/2024’. Este documento foi emitido pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Bem-Estar Animal – SEMA Gravataí/RS, com previsão de recebimento de 700.000 m³.
A Unidade São Judas Tadeu, dispõe de uma área total de 17,08 hectares. O empreendimento possui a Licença de Operação Nº 026/2023, para recebimento de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Inertes, além da Licença de Operação Nº 036/2024, para Central de Recebimento de Resíduos de Poda.
A operação de envio dos materiais para a unidade de Gravataí teve início em 22 de maio. Os caminhões do DMLU estão coletando os resíduos dispostos em três bota-espera nas regiões afetadas pelas enchentes, incluindo o aterro da Serraria e dois pontos na avenida Loureiro da Silva. Estima-se que entre 77 mil e 180 mil toneladas de resíduos pós-enchente sejam processadas na unidade.
Destruição Causada No Estado do Rio Grande do Sul (matéria da GZH, de 22/05/2024)
Com a destruição causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, o volume de entulho gerado no Estado pode chegar a 46,7 milhões de toneladas. É o que mostra um levantamento conduzido por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do RS (Sema) compartilha da preocupação. Segundo a secretária Marjorie Kauffmann, ainda não é possível mensurar a quantidade de resíduos sólidos gerados pelas enchentes no Estado, mas certamente o impacto será “gigantesco” – “Estamos trabalhando na orientação para que os rejeitos da enchente não sejam misturados ao Resíduo Sólido Urbano, que é o lixo gerado todos os dias, para que a gente consiga armazenar esse rejeito em um local adequado, com a minimização do impacto no meio ambiente. Geralmente recomendamos antigas pedreiras, onde possamos fazer uma segregação, ou ainda uma destinação final do que não poderá ser reaproveitado” — afirma a secretária.
Diante da incapacidade dos aterros sanitários para comportar essa quantidade de resíduos, os especialistas defendem que seja feita a reciclagem de certos tipos de entulho, e não apenas o reaproveitamento, para evitar a sobrecarga dos aterros e minimizar o problema de uma forma segura.
Benefícios Logísticos e Ambientais (nota do DMLU/Porto Alegre, de 22/05/2024)
De acordo com nota publicada pelo DMLU, a escolha da empresa de Gravataí tem benefícios logísticos, ambientais e financeiros. Os benefícios ambientais dizem respeito a não ocupar espaços em aterros sanitários, uma vez que a calamidade pública vai recolher uma quantidade significativa destes materiais em todo Estado. “Além dos benefícios ambientais, esta operação vai reduzir o gasto com combustível e facilitar a logística, pois o local fica a apenas 22 quilômetros de Porto Alegre, além do valor da operação ser mais acessível pelo que é cobrado pela tonelada”, destaca o diretor-geral do DMLU, Carlos Alberto Hundertmarker.
Aterro de inertes – Os materiais inertes, como é o caso dos resíduos pós-enchente, possuem a característica de não se decomporem e sofrerem qualquer alteração em sua composição com o passar do tempo. São materiais que não reagem quimicamente. Nestes locais, os materiais não são enterrados e todos resíduos que puderem ser processados vão ser, como as madeiras de móveis destruídos pela enchente.
Tratamento e Destinação Final dos Resíduos Pós-Enchentes (nota da Direção da EGTR)
Os resíduos depositados na Unidade São Judas Tadeu passarão por um processo de triagem manual, com o apoio de equipamentos como caminhão garra, retroescavadeira e trator esteira; e destinados conforme a sua tipologia.
Resíduos da Construção Civil Classe A e Resíduos Inertes, poderão ter sua disposição final do próprio aterro; Madeiras, MDF, Troncos, Galhos e Folhas serão direcionados a Central de Recebimento de Poda instalada no empreendimento para posterior destinação a caldeiras industriais ou, no caso das folhas, aplicações agrícolas ou compostagem; Plásticos, Papéis, Vidros, Metais e Eletrodomésticos serão destinados a cooperativas ou diretamente a recicladoras; apenas a pequena parcela de Resíduos Sólidos Urbanos e de outras tipologias de resíduos que não possuírem melhor aproveitamento serão destinadas a empreendimentos devidamente licenciados.
É importante destacar que, na área de propriedade da EGTR, onde está localizada a Unidade São Judas Tadeu, com um total de 270 hectares, a empresa está desenvolvendo o Parque Ambiental Gravataí, um esforço, sem precedentes similares no contexto nacional, no sentido de alcançar avanços expressivos no gerenciamento de resíduos de naturezas distintas e está absolutamente alinhado à Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei n° 12.305/2010. Trata-se de um conjunto de soluções que, quando combinadas, viabilizam ganhos relacionados à ordem de prioridade do gerenciamento de resíduos sólidos (art. 9º, PNRS).
Especificamente com relação aos resíduos pós enchentes, a EGTR vem trabalhando no desenvolvimento de novas alternativas para que estes resíduos encontrem sua destinação final ambientalmente adequada no próprio local, com isso evita-se o transporte destes resíduos a outras localidades e a emissão de milhares de toneladas de CO² na atmosfera. Com exemplos, a empresa pretende iniciar, em breve, o licenciamento de um Aterro Sanitário e de uma Unidade de Coprocessamento de Combustível Derivado de Resíduos.
Paralelamente, a EGTR obteve a Licença Prévia N° 14/2023 para uma Central de Triagem de RSU com Estação de Transbordo, e estará encaminhando em breve o pedido de licença de instalação para, na sequência, implantar uma triagem mecanizada de RSU.
Ao assumir esta contratação com o município de Porto Alegre, e eventualmente com outras localidades da Região Metropolitana de Porto Alegre, a EGTR reafirma seu compromisso social, especialmente neste momento de calamidade pública em decorrência do desastre ambiental que assolou todo o estado do RS.
Links relacionados: prefeitura.poa.br/dmlu, gauchazh.clicrbs.com.br/ambiente