Unidade de Valorização de Resíduos São Judas Tadeu, da EGTR, receberá resíduos pós-enchentes em Gravataí/RS

No dia 21 de maio, a EGTR assinou o Contrato Emergencial N° 003/2024 com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) para a prestação de serviços de destinação final de resíduos sólidos de origem da limpeza pós-enchentes, provenientes do Município de Porto Alegre/RS, gerados no desastre natural ocorrido no Estado do RS durante o mês de maio de 2024. 

Esses resíduos serão destinados à Unidade de Valorização de Resíduos da Construção Civil São Judas Tadeu Ltda., subsidiária da EGTR, localizada em Gravataí. O contrato, no valor de R$ 19,710 milhões, tem um prazo de seis meses.  

Fundamentado na Instrução Normativa SEMA-FEPAM Nº 03/2024, a Unidade de Valorização de Resíduos da Construção Civil São Judas Tadeu Ltda. obteve a Autorização Ambiental Nº 118/2024, com o objeto de ‘RECEBIMENTO EMERGENCIAL DE RESÍDUOS GERADOS PELO DESASTRE AMBIENTAL NO RIO GRANDE DO SUL EM ABRIL e de MAIO/2024’. Este documento foi emitido pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Bem-Estar Animal – SEMA Gravataí/RS, com previsão de recebimento de 700.000 m³.

A Unidade São Judas Tadeu, dispõe de uma área total de 17,08 hectares. O empreendimento possui a Licença de Operação Nº 026/2023, para recebimento de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Inertes, além da Licença de Operação Nº 036/2024, para Central de Recebimento de Resíduos de Poda.  

A operação de envio dos materiais para a unidade de Gravataí teve início em 22 de maio. Os caminhões do DMLU estão coletando os resíduos dispostos em três bota-espera nas regiões afetadas pelas enchentes, incluindo o aterro da Serraria e dois pontos na avenida Loureiro da Silva. Estima-se que entre 77 mil e 180 mil toneladas de resíduos pós-enchente sejam processadas na unidade.

Destruição Causada No Estado do Rio Grande do Sul (matéria da GZH, de 22/05/2024)

Com a destruição causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, o volume de entulho gerado no Estado pode chegar a 46,7 milhões de toneladas. É o que mostra um levantamento conduzido por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Entulhos gerados pelas enchentes no Rio Grande do Sul

A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do RS (Sema) compartilha da preocupação. Segundo a secretária Marjorie Kauffmann, ainda não é possível mensurar a quantidade de resíduos sólidos gerados pelas enchentes no Estado, mas certamente o impacto será “gigantesco” – “Estamos trabalhando na orientação para que os rejeitos da enchente não sejam misturados ao Resíduo Sólido Urbano, que é o lixo gerado todos os dias, para que a gente consiga armazenar esse rejeito em um local adequado, com a minimização do impacto no meio ambiente. Geralmente recomendamos antigas pedreiras, onde possamos fazer uma segregação, ou ainda uma destinação final do que não poderá ser reaproveitado” — afirma a secretária.

Diante da incapacidade dos aterros sanitários para comportar essa quantidade de resíduos, os especialistas defendem que seja feita a reciclagem de certos tipos de entulho, e não apenas o reaproveitamento, para evitar a sobrecarga dos aterros e minimizar o problema de uma forma segura.

Benefícios Logísticos e Ambientais (nota do DMLU/Porto Alegre, de 22/05/2024)

De acordo com nota publicada pelo DMLU, a escolha da empresa de Gravataí tem benefícios logísticos, ambientais e financeiros. Os benefícios ambientais dizem respeito a não ocupar espaços em aterros sanitários, uma vez que a calamidade pública vai recolher uma quantidade significativa destes materiais em todo Estado. “Além dos benefícios ambientais, esta operação vai reduzir o gasto com combustível e facilitar a logística, pois o local fica a apenas 22 quilômetros de Porto Alegre, além do valor da operação ser mais acessível pelo que é cobrado pela tonelada, destaca o diretor-geral do DMLU, Carlos Alberto Hundertmarker.

Aterro de inertes – Os materiais inertes, como é o caso dos resíduos pós-enchente, possuem a característica de não se decomporem e sofrerem qualquer alteração em sua composição com o passar do tempo. São materiais que não reagem quimicamente. Nestes locais, os materiais não são enterrados e todos resíduos que puderem ser processados vão ser, como as madeiras de móveis destruídos pela enchente.

Tratamento e Destinação Final dos Resíduos Pós-Enchentes (nota da Direção da EGTR)

Os resíduos depositados na Unidade São Judas Tadeu passarão por um processo de triagem manual, com o apoio de equipamentos como caminhão garra, retroescavadeira e trator esteira; e destinados conforme a sua tipologia.

Resíduos da Construção Civil Classe A e Resíduos Inertes, poderão ter sua disposição final do próprio aterro; Madeiras, MDF, Troncos, Galhos e Folhas serão direcionados a Central de Recebimento de Poda instalada no empreendimento para posterior destinação a caldeiras industriais ou, no caso das folhas, aplicações agrícolas ou compostagem; Plásticos, Papéis, Vidros, Metais e Eletrodomésticos serão destinados a cooperativas ou diretamente a recicladoras; apenas a pequena parcela de Resíduos Sólidos Urbanos e de outras tipologias de resíduos que não possuírem melhor aproveitamento serão destinadas a empreendimentos devidamente licenciados.

É importante destacar que, na área de propriedade da EGTR, onde está localizada a Unidade São Judas Tadeu, com um total de 270 hectares, a empresa está desenvolvendo o Parque Ambiental Gravataí, um esforço, sem precedentes similares no contexto nacional, no sentido de alcançar avanços expressivos no gerenciamento de resíduos de naturezas distintas e está absolutamente alinhado à Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei n° 12.305/2010. Trata-se de um conjunto de soluções que, quando combinadas, viabilizam ganhos relacionados à ordem de prioridade do gerenciamento de resíduos sólidos (art. 9º, PNRS).

Especificamente com relação aos resíduos pós enchentes, a EGTR vem trabalhando no desenvolvimento de novas alternativas para que estes resíduos encontrem sua destinação final ambientalmente adequada no próprio local, com isso evita-se o transporte destes resíduos a outras localidades e a emissão de milhares de toneladas de CO² na atmosfera. Com exemplos, a empresa pretende iniciar, em breve, o licenciamento de um Aterro Sanitário e de uma Unidade de Coprocessamento de Combustível Derivado de Resíduos. 

Paralelamente, a EGTR obteve a Licença Prévia N° 14/2023 para uma Central de Triagem de RSU com Estação de Transbordo, e estará encaminhando em breve o pedido de licença de instalação para, na sequência, implantar uma triagem mecanizada de RSU.

Ao assumir esta contratação com o município de Porto Alegre, e eventualmente com outras localidades da Região Metropolitana de Porto Alegre, a EGTR reafirma seu compromisso social, especialmente neste momento de calamidade pública em decorrência do desastre ambiental que assolou todo o estado do RS.

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