RBS TV visita Unidade São Judas Tadeu para mostrar operação de valorização de resíduos pós-enchentes

Na quinta-feira (06/06), a equipe de reportagem do Bom Dia Rio Grande, da RBS TV, esteve visitando a Unidade de Valorização de Resíduos da Construção Civil São Judas Tadeu para mostrar detalhes da operação.

Desde o dia 22 de maio, a unidade vem recebendo resíduos gerados pelas enchentes que acometeram o estado do Rio Grande do Sul. Na ocasião, quem recebeu a equipe no local foi o Sócio Diretor do Grupo Centauro, Diego Núñez, que explicou o funcionamento da unidade, onde grande parte dos resíduos podem ser reaproveitados.

Confira os principais trechos da entrevista:

 

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“Após o Decreto de Calamidade Pública Estadual, a FEPAM editou uma instrução normativa sobre a destinação dos resíduos pós-enchentes. Com base nessa orientação, aterros de resíduos da construção civil foram autorizados a receber esse tipo de resíduo. No caso de Porto Alegre, houve uma concorrência, e nosso aterro foi o vencedor”, explica Diego Núñez, referindo-se ao funcionamento da operação à equipe do Bom Dia Rio Grande.

Desde o dia 22 de maio, a unidade está recebendo resíduos de Porto Alegre e, através de subcontratação, também de Canoas.


Logística e Operação

Porto Alegre possui três pontos de transbordo (bota-espera), enquanto Canoas tem dois. Esses pontos servem como locais intermediários onde os resíduos são inicialmente depositados antes de serem transportados para a unidade São Judas Tadeu em Gravataí. “Quando os resíduos chegam aqui, eles passam pela balança para pesagem e, em seguida, vão para o sítio de triagem. A triagem é feita manualmente e com máquinas, e cada tipo de resíduo tem uma destinação final específica”, explica Diego.


Destinação dos Resíduos
  • Recicláveis (plásticos, vidros, metais): Destinados a cooperativas ou recicladoras;
  • Resíduos de MDF, poda e madeira: Processados no galpão e, dependendo do poder calorífico, enviados para caldeiras industriais ou compostagem;
  • Resíduos orgânicos comuns: Destinados a aterros sanitários.

O Diretor do Grupo Centauro ressalta a importância de a população não misturar lixo comum com os resíduos pós-enchente. “É crucial que a população segregue a fração orgânica dos resíduos pós-enchente. A coleta convencional continua sendo realizada normalmente, então o resíduo comum deve ser descartado como sempre foi. A coleta especializada cuida dos resíduos pós-enchente, o que reduz o trabalho de triagem e garante qualidade ao meio ambiente e à saúde pública.”


Estrutura e Capacidade

A unidade de Gravataí é uma das maiores do Estado, com uma área de mais de 17 hectares para disposição final de resíduos. A área de triagem conta com equipamentos como tratores, esteiras, retroescavadeiras e caminhões garra. Além disso, há um galpão com a máquina de maior porte nacional para processamento de madeira e poda, e uma equipe de cerca de 30 pessoas realizando a triagem dos materiais.


Valorização e Sustentabilidade

Nem todos os resíduos ficam na unidade. “Os recicláveis vão para cooperativas ou recicladoras. A madeira processada pode ser usada para compostagem, forração agrícola ou caldeiras industriais. A parcela de resíduos da construção civil é aterrada, e a parcela orgânica é destinada a aterros sanitários”, explica Diego.

Além disso, o projeto do Parque Ambiental Gravataí visa implantar o primeiro complexo integrado de resíduos de naturezas distintas do país. “Estamos licenciando diversas atividades nesta área. Nossa intenção é receber, além dos resíduos da construção civil, resíduos sólidos urbanos, resíduos de serviços de saúde, resíduos de serviços industriais e resíduos eletrônicos, valorizando toda essa cadeia de resíduos”, conclui o representante da EGTR.


Contribuição para a Comunidade

O trabalho realizado pela Unidade São Judas Tadeu não só contribui para a gestão eficiente dos resíduos pós-enchentes, mas também gera renda, especialmente quando envolve cooperativas. O empreendimento é um exemplo de como a gestão de resíduos pode ser feita de maneira sustentável e integrada, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a comunidade.


Fonte: Globoplay | Programa Bom dia Rio Grande